Foto extraída do Portal Diário da Região
O SETH – Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de São José do Rio Preto – SP e Região, estado de São Paulo, representante legal de 12 (doze) categorias profissionais, incluindo os “Empregados nas Empresas de Limpeza Urbana, Áreas Verdes, Controle de Pragas e Asseio e Conservação Ambiental”, foi surpreendido com a decisão da Prefeitura de São José do Rio Preto – SP, a qual suspendeu por 60 (sessenta) dias, os contratos com as empresas terceirizadas que fornecem mão-de-obra terceirizada de setor de Asseio e Conservação Ambiental nas Escolas Municipais do nosso município, a qual em sua totalidade são trabalhadores filiados ao SETH, a qual é o único representante legal da categoria, conforme publicado no Jornal Diário da Região, quarta-feira, 06 de Maio de 2020.
Não bastasse as inúmeras edições de Medidas Provisórias inconstitucionais editadas pelo Governo Bolsonaro, a qual tenta a todo custo fazer mais uma “mini-reforma trabalhista”, o Governo Estadual, principalmente, o Municipal também devem ajudar a todos os trabalhadores, especialmente, estes que estão na linha de frente, e não desampara-los .
O SETH, juntamente com sua federação FEMACO – Federação dos Trabalhadores em Asseio e Conservação Ambiental, Áreas Verdes, Controle de Pragas e Limpeza Urbana do Estado de São Paulo, celebrou com o SEAC – Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado de São Paulo, Termo Aditivo da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria em razão da pandemia COVID-19, a qual pode ser acessado no link: http://sindicatoseth.com.br/pagina/55/convencao-coletiva-empresas-asseio-e-conserva, as empresas de Asseio e Conservação Ambiental devem obedecer o referido instrumento coletivo, que visa a proteção ao emprego, garantia aos direitos normativos e segurança jurídica a todos os envolvidos: trabalhadores e empresas.
Infelizmente hoje, nos encontramos em uma situação inédita, pois as ruas estão vazias, e embora muitos neguem, as UTI’s e cemitérios são a prova da gravidade da pandemia.
Além do vírus, uma outra praga se espalha pelo mundo. A praga do desemprego, da ameaça da miséria absoluta e da fome. Muitos especialistas falam na maior recessão desde a crise de 1929 (até então a maior vista pelo mundo).
Porém, não devemos nos esquecer que esta crise não é causada pelo vírus. A pandemia de COVID-19 foi apenas seu gatilho, a especulação financeira sem fim é sua verdadeira causa.
No país mais rico do mundo, vêem-se filas de milhares de pessoas em busca de comida proveniente de doações. Enquanto isso, lá e aqui vemos os grandes bancos e especuladores serem protegidos. Para os trabalhadores e pequenos empresários lá e aqui, apenas migalhas.
Neste momento, os trabalhadores das atividades essenciais enfrentam a pandemia, fazendo a verdadeira linha de frente no enfrentamento do vírus, muitas vezes sem recursos, sem EPI’s adequados e em condições de trabalho precárias.
Há muitos anos vemos a culpa de todos os problemas da União, Estado e do Município sendo jogada nas costas dos trabalhadores mais humildes.
Os defensores do tal “Mercado” apontam para nossa legislação trabalhista, atacando diariamente a CLT, os Sindicatos, Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, e ainda, nos classificaram como parasitas, dizem que nosso minguado salário e poucos benefícios normativos é a causa da crise. Não apenas esta, mas de toda e qualquer crise.
Cortam aposentadorias, direitos e contratações, sucateiam o Estado e dizem que somos a causa da crise (em um estudo da OCDE de 2015 ficamos em 26º posição em porcentagem de funcionários públicos por habitante).
Enquanto isso, para os grandes especuladores não falta nada, o lucro dos bancos no Brasil vem subindo continuamente desde 2002, com algumas oscilações, mas, sempre em alta, mesmo em tempos em que todos os setores produtivos sofrem.
E qual foi a primeira medida adotada em consenso entre o governo e o Congresso: justamente garantir mais dinheiro para os bancos: R$ 1,2 trilhão para ser exato
A desculpa era que os bancos ajudariam a manter a economia funcionando em tempos de crise. Ao invés disso, o que se viu foi que dificultam empréstimos, aumentaram os juros e reduziram os prazos de pagamentos para dívidas novas estrangulando as pequenas e médias empresas que em muitos casos se veem obrigadas a fechar as portas e desempregar mais pais/mães de família.
O desmonte do serviço público e o sacrifício de seus trabalhadores vem sendo implementado a vários anos sob a desculpa que o Estado não tem dinheiro.
Desde a votação da chamada PEC da morte, em 2017, os gastos do setor público estão praticamente congelados. O resultado se vê agora no enfrentamento da pandemia. Quem mais sofre são os setores mais humildes da população, que tem no Estado seu único provedor de saúde, educação e segurança.
Aos verdadeiros privilegiados ninguém pede sacrifícios
Enquanto cobram sacrifícios aos trabalhadores mais humildes no combate à crise, governo, parlamentares se esquecem dos verdadeiros privilegiados, aqueles que ninguém ousa citar, o mercado financeiro e os grandes empresários. Vejamos alguns exemplos de “sacrifícios” que, estes sim, permitiriam ao governo atender aos interesses da maioria da população:
A cobrança do imposto sobre lucros e dividendo, que foi extinto por Fernando Henrique Cardoso em 1995 e só não é cobrado no Brasil e na Estônia, traria aos cofres públicos mais de R$ 60 bilhões ao ano e só seria cobrado de grandes empresários e investidores.
Cobrança da dívida dos grandes bancos com o governo federal: R$124 bilhões.
Cobrança das dívidas PIS e da Cofins e CSLL das grandes empresas; R$ 545,4 bilhões.
Revisão das renúncias fiscais do governo federal que custarão R$ 331 bilhões em 2020.
Revisão das renúncias fiscais dos Estados, que só em São Paulo soma R$ 17 bilhões em 2020, e onde o governo não presta contas nem mesmo para a Alesp.
Fim das chamadas ‘operações compromissadas” do Banco Central (o governo paga para os bancos ficarem com o dinheiro parado), o que gerou uma despesa de R$754 bilhões em 10 anos.
Auditoria da dívida pública previsto no artigo 26 das Disposições transitórias da constituição de 1988, que foi vetada por Dilma Rousseff em 2016 (https://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunas/dilma-veta-auditoria-da-divida-publica/).
O pagamento de juros da dívida representará 38,27% dos gastos do governo em 2020.
Como se vê, é muito mais dinheiro do que o governo vai economizar tornando as relações de trabalho mais precárias, principalmente, desempregando os trabalhadores mais humildes ou do que é gasto no combate a COVID-19. Só que os verdadeiros privilegiados no Brasil são os primeiros a apontar o dedo para os trabalhadores e encher o peito para chamá-los de parasitas e querer cortar seus direitos, enquanto lucram com a crise e vociferam as vontades do mercado.
É hora de todos os trabalhadores se unirem e cobrarem para que a conta da crise recaia sobre aqueles que são os verdadeiros culpados, e que nosso país se torne mais justo para aqueles que trabalham e constroem de fato o país.
Portanto, ficamos à disposição de todos os trabalhadores filiados, inclusive, estamos em contato com a Prefeitura de Rio Preto, e também, com as empresas para encontrar soluções e tomar todas as medidas cabíveis para não recair a conta novamente no colo dos trabalhadores mais humildes.
Atenciosamente,
Diretoria SETH
Coordenação Institucional DEJUR SETH
Destaques Sindicais 31 de julho
Destaques Sindicais 29 de julho
Destaques Sindicais 25 de julho
Notícias Jurídicas 24 de julho