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Destaques Sindicais 7/7/2021 16:22:8 » Por Atualizado em 7/7/2021 16:27h

Reajuste de combustíveis pega caminhoneiros de surpresa e greve marcada continua de pé

Estatal autoriza o reajuste de gasolina, diesel e gás de cozinha a partir de hoje. É o primeiro aumento na gestão do general Joaquim Silva e Luna. Ele substituiu Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro após irritar Bolsonaro com atualização de valores




Sede da Petrobras: apesar das queixas de Bolsonaro, estatal corrigiu defasagem de preços com mercado global - (crédito: Mauro Pimentel/AFP - 9/3/20)


A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (5/7), novo reajuste nos combustíveis e do gás de cozinha nas refinarias, levando analistas a revisar novamente para cima as projeções de inflação para julho e no fim do ano. De acordo com especialistas, devido à recente alta de 52% no valor das bandeiras tarifárias da conta de luz, a energia será o grande vilão da inflação de julho e do ano, especialmente se as chuvas aguardadas a partir de outubro não ajudarem a melhorar o nível dos reservatórios e a conter a alta no custo de vida, que não está dando sinais de trégua.


Os novos valores entram em vigor nesta terça-feira (6/7). Em comunicado, a estatal informou que o aumento dos preços acompanhou a elevação dos patamares internacionais. Assim, os valores médios de venda do litro da gasolina e do diesel serão reajustados em 6,3% e 3,7%, ou R$ 0,16 e R$ 0,10 o litro, respectivamente, para R$ 2,69 e R$ 2,81. Enquanto isso, o preço médio de venda do gás de cozinha para as distribuidoras sofrerá reajuste de 5,9%, ou R$ 0,20 o quilo, para R$ 3,60 o quilo. Ou seja, um botijão de 13 quilos passará a custar R$ 46,68 para as revendas e acumula alta de 38% no ano.


Esse é o primeiro aumento nos preços da gasolina e do diesel na gestão do general Joaquim Silva e Luna, que substituiu Roberto Castello Branco em abril. “Os preços praticados pela Petrobras seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, informou a nota da estatal.


Em 18 de fevereiro, insatisfeito com a política de reajuste adotada por Castello Branco, o presidente Jair Bolsonaro reclamou em uma rede social. “Teve um aumento, no meu entender, e vou criticar, um aumento fora da curva da Petrobras. Dez por cento hoje na gasolina e 15% no diesel, é o quarto reajuste no ano. A bronca sempre vem para cima de mim, só que a Petrobras tem autonomia”, disse. No dia seguinte, em 19 de fevereiro, Castello Branco foi demitido.


O reajuste anunciado ontem pela Petrobras teve repercussão imediata. Analistas que previam, no boletim Focus do Banco Central desta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 6%, admitem que estão revendo os números. Espera-se uma nova estimativa para cima. Alguns não descartam o IPCA acima de 7% no fim do ano e de 9% no acumulado em 12 meses de julho após acharem que o pico seria em junho, de 8%, nessa base de comparação.


“A gasolina e o gás de cozinha têm um peso importante no orçamento doméstico. Esses reajustes, junto com o aumento da energia, terão um impacto de mais 0,5 ponto percentual no IPCA de julho. Eu diria que este mês os vilões serão os itens energéticos, que vão ditar a inflação deste mês e podem encerrar em alta até o fim do ano”, avaliou o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. O FGV Ibre elevou de 0,5% para 1% a estimativa de alta do IPCA deste mês e pretende elevar de 7% para 7,4% a estimativa de alta do IPCA no fim do ano. “O recuo no preço da energia, que está no patamar mais alto, a bandeira vermelha 2, vai depender do volume de chuvas a partir de outubro”, emendou.


Categorias criticam reajuste


O primeiro reajuste de combustíveis da gestão do general Joaquim Silva e Luna na Petrobras pegou os caminhoneiros de surpresa. Há menos de uma semana, membros do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) se reuniram com o presidente da estatal e pediram para que o preço do diesel não subisse. “Deixamos claro, na reunião, que se o diesel subisse, ia afetar seriamente não só os caminhoneiros, mas a sociedade em geral, que já está muito pressionada”, disse Plínio Nestor Dias, presidente do CNTRC.


A alta do diesel afeta toda a cadeia produtiva, que depende do frete rodoviário para distribuição no país. Dias afirmou que a greve dos caminhoneiros, marcada para o próximo dia 25 de julho, continua de pé e ganha força com a alta. Segundo ele, o CNTRC enviará uma carta à Petrobras, reafirmando a posição da categoria. “Vamos traçar nossa estratégia para ninguém sair prejudicado, mas vai ter greve”, disse o representante dos caminhoneiros.


Os petroleiros também criticaram. Segundo o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o aumento veio da pressão de importadores de combustíveis e de investidores do mercado financeiro. “É mais uma clara demonstração da equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pelo governo Bolsonaro contra a população brasileira e que penaliza, sobretudo, os mais pobres”, criticou o sindicalista.


Bacelar chama a atenção sobre o impacto que os aumentos terão na inflação em efeito cascata, que, junto com a elevação das tarifas de energia elétrica, achatam a renda do trabalhador. “É inadmissível que, com este novo aumento no gás de cozinha nas refinarias da Petrobras, a partir desta terça-feira, o sexto aumento somente neste ano, o gás de cozinha já acumule uma alta de 37,9%”, ressaltou Bacelar.


Ele destacou que nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 8,06%. “Ou seja, em sete meses, o aumento do gás de cozinha já é quase cinco vezes a inflação de um período de um ano”, disse.


Fonte: Correio Braziliense


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